Ocorrências como a desta quinta-feira (11) na Praia de Piedade preocupam moradores e comerciantes, que relatam a frequência de animais mortos. A causa da morte é desconhecida. A costa de Pernambuco é rota de migração para tartarugas marinhas, todas ameaçadas de extinção no Brasil. O aumento de animais feridos ou mortos na região está associado à poluição marinha, ingestão de plástico e pesca acidental. Especialistas alertam para o impacto das mudanças climáticas. Autoridades recomendam não tocar no animal e acionar órgãos como o Projeto Tamar.
➡️Uma tartaruga marinha foi encontrada morta na faixa de areia da Praia de Piedade na manhã desta quinta-feira (11). O animal chamou a atenção de moradores e comerciantes que atuam na orla.
De acordo com relatos de comerciantes locais, ocorrências como essa têm se tornado mais frequentes na região, levantando preocupações sobre possíveis impactos ambientais e a necessidade de reforço nas ações de monitoramento e preservação da vida marinha.
Até o momento, não há informações oficiais sobre as causas da morte do animal. Autoridades ambientais devem ser acionadas para averiguar o caso.
TARTARUGAS MARINHAS: ESPÉCIES AMEAÇADAS ENFRENTAM CRESCENTE RISCO NO LITORAL BRASILEIRO
As tartarugas marinhas, répteis que habitam os oceanos há mais de 100 milhões de anos, seguem enfrentando um cenário de crescente vulnerabilidade no litoral brasileiro. Cinco das sete espécies existentes no mundo ocorrem no país, todas classificadas entre vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção por órgãos ambientais.
Entre as espécies mais comuns na costa do Brasil estão a tartaruga-verde, a tartaruga-de-pente, a cabeçuda, a oliva e a tartaruga-de-couro, esta última considerada a maior do mundo, podendo ultrapassar 500 quilos. O ciclo de vida desses animais é longo e complexo: cada fêmea pode colocar entre 80 e 150 ovos por ninho, mas apenas uma pequena parcela dos filhotes sobrevive até a idade adulta — uma média de 1 a cada 1.000, segundo especialistas.
O litoral de Pernambuco figura como rota importante para alimentação e migração dessas espécies, especialmente nas praias de Boa Viagem, Piedade, Candeias e no Paiva. No entanto, a região também registra aumento no número de ocorrências envolvendo animais feridos ou mortos, muitas vezes relacionados à poluição marinha, ingestão de plástico, pesca acidental e atropelamentos por embarcações.
Projetos de conservação, como o TAMAR e ações de monitoramento do ICMBio e secretarias municipais, têm atuado para reduzir a mortalidade e preservar os ninhos, mas o avanço das ameaças e a alteração dos ecossistemas costeiros exigem respostas mais robustas. Especialistas alertam para a intensificação dos impactos das mudanças climáticas, que podem alterar a temperatura da areia — fator determinante para o sexo dos filhotes — e comprometer ainda mais a sobrevivência das espécies.
ESPÉCIES ENCONTRADAS NO BRASIL
1. Tartaruga-verde (Chelonia mydas) — comum no litoral brasileiro; herbívora na fase adulta.
2. Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) — ameaçada; conhecida pelo casco valorizado no passado.
3. Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) — carnívora; robusta, com casco marrom.
4. Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) — menor das espécies; realiza desovas em larga escala.
5. Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) — a maior do mundo; pode ultrapassar 500 kg.
CICLO DE VIDA
Fêmeas retornam às praias onde nasceram para desovar.
Cada ninho pode conter 80 a 150 ovos.
O período de incubação dura de 45 a 60 dias.
Apenas 1 a cada 1.000 filhotes chega à vida adulta, devido aos predadores, impactos humanos e condições naturais.
ALIMENTAÇÃO
Variam conforme a espécie.
Podem ser herbívoras (como a tartaruga-verde adulta) ou carnívoras, consumindo águas-vivas, crustáceos, peixes ou moluscos.
AMBIENTES E MIGRAÇÃO
São animais altamente migratórios.
Podem percorrer milhares de quilômetros entre áreas de alimentação e locais de reprodução.
O litoral de Pernambuco, especialmente a região Sul (Boa Viagem, Piedade, Candeias e Praia do Paiva), é rota importante de passagem e alimentação.
Autoridades ambientais orientam que, ao encontrar uma tartaruga ferida ou morta, a população evite tocar no animal e acione órgãos responsáveis, como o CIPOMA, o Corpo de Bombeiros ou equipes do Projeto Tamar, informando a localização exata e fornecendo imagens quando possível.
Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS