Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos e 8 meses por invasão aos sistemas do CNJ com o hacker Delgatti. Após fugir do Brasil rumo à Europa, teve prisão preventiva decretada e passou a ser procurada pela Interpol. A captura na Itália facilita o processo de extradição para que cumpra a pena no Brasil.

➡️A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29), na Itália, após ser localizada pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que afirmou, por meio das redes sociais, ter comunicado a polícia local sobre o paradeiro da parlamentar brasileira.
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em 17 de maio deste ano, a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda do mandato parlamentar. A sentença se baseia na participação da deputada na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela execução do ataque e que também foi condenado a oito anos de reclusão.
Segundo a decisão do STF, Zambelli e Delgatti também deverão pagar solidariamente uma indenização de R$ 2 milhões. Ambos foram considerados culpados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A perda do mandato parlamentar, no entanto, só será aplicada após o trânsito em julgado do processo, quando não houver mais possibilidade de recursos.
Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil por via terrestre, atravessando a fronteira com a Argentina na região de Foz do Iguaçu (PR) no dia 25 de maio. De Buenos Aires, seguiu viagem para a Europa. A deputada possui cidadania italiana e, até então, o governo brasileiro enfrentava dificuldades para conseguir sua extradição.
Mesmo condenada, Zambelli estava autorizada a viajar durante a fase recursal do processo, já que seu passaporte não estava retido. No entanto, com a confirmação de sua fuga, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou sua prisão preventiva. O pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou a inclusão da parlamentar na lista de procurados da Interpol, por meio da “difusão vermelha”.
A PGR justificou a prisão preventiva destacando que as ações da deputada e de Delgatti comprometeram a segurança do Poder Judiciário e colocaram em risco a integridade dos sistemas da Justiça brasileira. A prisão na Itália representa um passo importante nas tentativas de extradição da parlamentar, que agora deve enfrentar o processo legal para ser devolvida ao Brasil e cumprir sua pena.
Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS
Foto: Zeca Ribeiro/ND