A Polícia Civil deflagrou a Operação Poison Source Brasil, em parceria com forças de segurança de outros cinco estados, para desarticular organização criminosa especializada na produção e distribuição de bebidas alcoólicas falsificadas e adulteradas, muitas contaminadas com metanol. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e duas prisões, apreendendo grandes volumes de bebidas, rótulos e selos falsificados. O objetivo é proteger a saúde pública, já que a ingestão de metanol pode causar cegueira e morte.
➡️A Polícia Civil de São Paulo, em parceria com as forças de segurança de Pernambuco e de outros cinco estados, deflagrou nesta terça-feira (11) uma nova fase da Operação Poison Source Brasil (Fonte do Veneno). A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada na produção e distribuição de bebidas alcoólicas falsificadas e adulteradas, muitas delas contaminadas com metanol, substância altamente tóxica que pode causar cegueira e até a morte.
DETALHES E RISCOS DA OPERAÇÃO INTERESTADUAL “POISON SOURCE BRASIL”
A fase interestadual da operação, deflagrada pelas Polícias Civis de São Paulo e Goiás, contou com o apoio das forças de segurança de Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, totalizando seis estados com alvos simultâneos. O principal objetivo foi desmantelar a cadeia de fornecimento e distribuição das bebidas falsificadas, identificando os núcleos logísticos e de adulteração que abasteciam o mercado nacional.
Até o momento, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e duas pessoas foram presas nesta etapa, embora fases anteriores já tenham resultado em até cinco detenções. As equipes localizaram e apreenderam grandes volumes de garrafas de bebidas, incluindo uísque, vodka e gin — algumas já cheias com líquidos adulterados — além de rótulos, selos de IPI falsificados e tampas utilizados para simular produtos originais.
Depósitos em Nova Iguaçu (RJ) e Goiânia (GO) foram identificados como locais de armazenamento de materiais destinados a abastecer a rede criminosa, demonstrando a ampla capilaridade da quadrilha. Todo o material apreendido será submetido à perícia técnica.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo, a operação é uma resposta direta à onda de intoxicações por metanol registradas em diversas regiões do país. O objetivo é interromper o funcionamento dos núcleos criminosos e reforçar as ações de segurança pública voltadas à proteção da saúde dos consumidores.
RISCOS DA INTOXICAÇÃO POR METANOL
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um solvente industrial altamente perigoso. Quando ingerido, ele é transformado pelo organismo em compostos tóxicos, como o ácido fórmico, que atacam o sistema nervoso central e o nervo óptico. Diferente do etanol — o álcool comum presente em bebidas —, o metanol é um veneno que não pode ser identificado pelo cheiro, sabor ou aparência, o que o torna ainda mais perigoso.
Os sintomas de intoxicação costumam surgir entre 12 e 24 horas após a ingestão, e muitas vezes são confundidos com uma simples ressaca, o que atrasa o tratamento. No estágio inicial, a vítima pode apresentar dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura e sonolência. Em seguida, surgem sintomas graves como visão turva, sensibilidade à luz e manchas escuras na visão, que podem evoluir para cegueira permanente devido ao dano irreversível no nervo óptico.
Nos casos mais críticos, o quadro pode incluir confusão mental, convulsões, dificuldade para respirar, acidose metabólica e coma, podendo levar à morte. A ingestão de apenas 30 mililitros de metanol puro pode ser fatal se não houver atendimento médico imediato.
O tratamento é considerado uma emergência médica e envolve o uso de antídotos específicos, correção da acidose no sangue e, em casos graves, hemodiálise para eliminar o veneno do organismo.
ALERTA AO CONSUMIDOR
As autoridades alertam que a principal forma de prevenção é adquirir bebidas alcoólicas somente em estabelecimentos confiáveis. É fundamental observar a integridade do lacre, do rótulo e do selo fiscal (IPI), além de desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
A Operação Poison Source Brasil segue em andamento e representa um marco no combate à falsificação de bebidas no país, protegendo a população de produtos que colocam em risco a vida e a saúde pública.
Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS