Domingo, Outubro 5, 2025

PERNAMBUCO PODE PERDER R$ 377 MILHÕES COM TARIFAÇO DOS EUA; VALE DO SÃO FRANCISCO E SUAPE PODEM SER DURAMENTE ATINGIDOS

A imposição de tarifas de até 50% por Donald Trump ameaça setores estratégicos de Pernambuco, como o Polo Automotivo de Goiana, a agroindústria do Vale do São Francisco e o Complexo de Suape. Empresários já relatam prejuízos, e a fruticultura pode ser gravemente afetada. A perda estimada é de até R$ 377 milhões para o estado.

➡️A nova investida protecionista do presidente norte-americano Donald Trump, com a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, acendeu um sinal de alerta no setor produtivo de Pernambuco. Com os Estados Unidos figurando como o segundo maior destino das exportações do estado — atrás apenas da Argentina —, a medida ameaça diretamente a competitividade de produtos locais e a sustentabilidade de importantes polos industriais.

Em 2024, Pernambuco exportou um total de US$ 205,2 milhões em mercadorias para o mercado norte-americano, o que representa 9,4% do total exportado pelo estado. Entre os principais produtos estão o açúcar de cana (US$ 52,9 milhões), uvas frescas (US$ 30,8 milhões), torres de ferro ou aço (US$ 18,8 milhões), coque de petróleo (US$ 18,7 milhões), chapas PET (US$ 13,3 milhões), mangas (US$ 5,5 milhões), inhames e querosene de aviação (US$ 5,4 milhões cada).

As novas tarifas funcionam como barreiras comerciais, encarecendo os produtos brasileiros e favorecendo a produção interna dos EUA, dentro da lógica “America First” defendida por Trump. Para Pernambuco, isso significa um risco direto a setores estratégicos que sustentam boa parte da economia estadual.

SETORES CHAVE SOB RISCO
A ameaça não é uniforme, mas incide com força sobre os principais motores de exportação de Pernambuco:

VEJA TAMBÉM:  SEMANA DA FAUNA GARANTE ENTRADA GRATUITA NO PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS

Polo Automotivo de Goiana: Um dos maiores do país, exporta autopeças e componentes para os EUA. As tarifas podem desorganizar toda a cadeia de suprimentos da indústria.

Agroindústria: Produtos como sucos de frutas concentrados, açúcar e frutas frescas — especialmente mangas e uvas do Vale do São Francisco — estão entre os mais afetados, comprometendo produtores e cooperativas.

Indústria Química e Plástica: Com fábricas voltadas ao mercado externo, o setor teme perda de competitividade e já busca alternativas em novos mercados.

Complexo Industrial de Suape e Refinaria Abreu e Lima: Também figuram entre os afetados pela tarifa, especialmente nas áreas de derivados de petróleo e resinas plásticas.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima um prejuízo de até R$ 377 milhões apenas para Pernambuco. Já a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) calcula que os estados nordestinos poderão perder até R$ 16 bilhões por ano.

MOBILIZAÇÃO E PREOCUPAÇÃO
Com a entrada em vigor do tarifaço marcada para 6 de agosto, o setor produtivo e o governo estadual acompanham de perto os desdobramentos em Washington e buscam alternativas para mitigar os prejuízos. A diversificação de mercados tem sido apontada como uma saída possível para reduzir a dependência do comércio com os Estados Unidos.

Enquanto isso, empresários de setores como o químico e o de petróleo já relatam cancelamentos de contratos e paralisações de embarques. A fruticultura irrigada, especialmente a produção de manga, terá a safra para exportação iniciada em agosto — justamente quando a tarifa passará a valer, o que pode comprometer as vendas externas do Vale do São Francisco.

Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS

Veja Também

Mais Acessadas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Ao copiar nosso texto na íntegra, cite a fonte: www.jaboataoaqui.com.br