Domingo, Outubro 5, 2025

BRASIL AVANÇA COM PLANOS PARA GPS PRÓPRIO E BUSCA REDUZIR DEPENDÊNCIA DOS EUA

O projeto é coordenado pelo MCTI e envolve um grupo técnico interministerial com prazo inicial de 180 dias para apresentar um relatório de viabilidade. A proposta surge em meio a tensões geopolíticas e visa garantir mais segurança e autonomia. O Brasil poderá firmar parcerias e usar experiências anteriores como base. O relatório final deve ser concluído até o início de 2026.

➡️O governo federal deu início a um estudo para avaliar a viabilidade da criação de um sistema brasileiro de geolocalização por satélite, semelhante ao GPS norte-americano. A medida visa reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras em áreas estratégicas como defesa, agricultura, telecomunicações, aviação e logística, fortalecendo a soberania nacional.

A proposta está sendo coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Resolução nº 33, publicada no início de julho pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O documento estabelece a criação de um grupo técnico interministerial com prazo inicial de 180 dias — contados a partir de 14 de julho de 2025 — prorrogável por igual período, para apresentar um relatório sobre a viabilidade da iniciativa.

Esse grupo técnico é formado por representantes de órgãos como o GSI, Anatel, Inpe, Comando da Aeronáutica, Agência Espacial Brasileira (AEB), Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações e outras instituições ligadas ao setor aeroespacial e de ciência e tecnologia.

POR QUE UM “GPS BRASILEIRO”?
A busca por um sistema nacional surge em um cenário de crescentes tensões geopolíticas e comerciais, sobretudo após o anúncio de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros. Embora o governo negue qualquer risco imediato de corte no acesso ao GPS dos EUA, a dependência de tecnologias estrangeiras — especialmente uma tão vital quanto a geolocalização — tem levantado preocupações sobre a autonomia do Brasil.

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A criação de um sistema próprio garantiria maior segurança e controle sobre dados estratégicos e operações sensíveis do país, incluindo aplicações civis e militares.

DESAFIOS E POTENCIAIS PARCERIAS
O desenvolvimento de um sistema de navegação por satélite é altamente complexo e exige investimentos robustos no programa espacial brasileiro. Um dos primeiros pontos a serem avaliados é o escopo do sistema — se será regional, cobrindo o território nacional e possivelmente a América do Sul, ou global, como os sistemas já existentes.

Apesar dos desafios, o Brasil possui experiência e capacidade técnica no setor espacial, demonstradas por projetos como o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O país também poderá buscar parcerias internacionais e modelos inspiradores, como o Galileo (União Europeia), o BeiDou (China) e o GLONASS (Rússia).

PRÓXIMOS PASSOS
O relatório final do grupo técnico deverá apresentar um diagnóstico da dependência atual, estimativas de custo, avaliação da infraestrutura necessária e estratégias de fomento à indústria nacional. Caso o parecer seja favorável, a criação de um “GPS nacional” poderá representar um marco na busca pela autonomia tecnológica e soberania espacial do Brasil.

A expectativa é que o estudo seja concluído até o início de 2026, podendo definir os rumos de um dos projetos mais estratégicos do setor aeroespacial brasileiro.

Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS

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