Terça-feira, Dezembro 2, 2025

ADOLESCENTE DE 13 ANOS MORRE APÓS CAIR DA TORRE DA ANTIGA TV MANCHETE EM OLINDA

A tragédia ocorreu na tarde desta terça-feira (11) na estrutura abandonada da Torre da Manchete, no bairro de Ouro Preto. Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e do SAMU foram acionadas e constataram o óbito no local. A torre, projetada por Oscar Niemeyer, está em estado de deterioração e é motivo de preocupação de moradores devido ao fácil acesso. A Polícia Civil de Pernambuco deve abrir um inquérito para apurar as circunstâncias da queda e a responsabilidade pela falta de segurança no local, reacendendo o debate sobre o abandono de prédios públicos.

➡️Uma tragédia abalou a cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, na tarde desta terça-feira (11). Um adolescente de apenas 13 anos morreu após cair da estrutura abandonada da Torre da Manchete, localizada no bairro de Ouro Preto.

O acidente ocorreu no fim da tarde e mobilizou equipes de resgate do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Ao chegarem ao local, os socorristas constataram que o jovem já havia falecido em decorrência da queda.

A Torre da Manchete, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é uma estrutura de transmissão que há anos se encontra abandonada e em estado de deterioração. O local, que deveria estar isolado, tem sido motivo de preocupação entre moradores da região, que relatam o fácil acesso à área e o risco constante para curiosos, especialmente crianças e adolescentes.

Segundo informações preliminares, a Polícia Civil de Pernambuco deve abrir um inquérito para apurar as circunstâncias da queda e investigar possíveis responsabilidades pela falta de segurança na torre. A identidade da vítima ainda não foi divulgada.

A morte precoce do adolescente reacende o debate sobre o abandono de prédios e estruturas públicas em áreas urbanas, bem como a necessidade de fiscalização e manutenção desses espaços para evitar novas tragédias.

HISTÓRIA E ABANDONO DA TORRE DA MANCHETE EM OLINDA: OBRA DE NIEMEYER SE TORNA SÍMBOLO DE RISCO E NEGLIGÊNCIA

A morte trágica de um adolescente de 13 anos, que caiu da Torre da Manchete na última terça-feira (11), reacendeu as discussões sobre o estado de abandono e a falta de segurança de um dos marcos arquitetônicos mais emblemáticos de Pernambuco. A torre, projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1984, hoje é sinônimo de degradação, insegurança e descaso público.

Um Marco Arquitetônico de Niemeyer

A Torre da Manchete é a primeira e única obra de Oscar Niemeyer em Olinda. Construída originalmente para abrigar o sistema de transmissão da TV Manchete, então pertencente ao Grupo Bloch, a estrutura de cerca de 83 metros de altura se destacava na paisagem urbana. O topo da torre, com um “cálice” iluminado de cinco metros, era um ícone visual, comparado por muitos a um disco voador.

Apesar do projeto prever um complexo maior, apenas a torre foi erguida. Com o fim da Rede Manchete, em 1999, e a transição para o sinal digital, a estrutura perdeu sua função original. O terreno chegou a ser incluído na massa falida do Grupo Bloch e foi posteriormente levado a leilão.

Décadas de Abandono e Degradação

Após o encerramento das atividades da RedeTV! no local, o imóvel entrou em completo abandono. Sem manutenção, a torre passou a sofrer com pilhagens, furtos e deterioração acelerada. As instalações elétricas e hidráulicas foram destruídas, o mato e o lixo tomaram conta do entorno e o interior da estrutura apresenta ferrugem, infiltrações e rachaduras graves.

Além disso, o terreno de cerca de 8 mil metros quadrados foi ocupado por famílias em situação de vulnerabilidade, dando origem à chamada “Comunidade Manchete”. Denúncias de tráfico de drogas e insegurança no entorno tornaram o espaço ainda mais perigoso, tanto para os moradores quanto para quem circula pela região.

Tombamento e Impasse Legal

Desde 2017, a Torre da Manchete é alvo de processos de tombamento estadual (pela Fundarpe) e municipal, que visam preservar sua relevância histórica e arquitetônica. No entanto, as disputas judiciais sobre a propriedade do terreno — ainda vinculada à massa falida do Grupo Bloch — e a falta de acordo entre os órgãos públicos e os responsáveis legais impediram qualquer intervenção concreta.

Mesmo com notificações e alertas sobre os riscos, medidas efetivas de segurança, como o isolamento do acesso à escadaria e a instalação de barreiras, nunca foram plenamente adotadas. O resultado dessa negligência culminou na tragédia que vitimou o adolescente, reacendendo o alerta da população e de entidades de preservação sobre o perigo que a estrutura representa.

Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS

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