➡️O setor frutícola brasileiro está em estado de alerta diante da iminente aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. A medida coloca em risco direto cerca de 77 mil toneladas de frutas brasileiras já em processo de exportação para o mercado norte-americano.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) manifestou profunda preocupação com os impactos da medida, especialmente sobre as culturas de manga e uva — justamente no início da alta temporada de exportação para os EUA. Em 2024, entre os meses de agosto e novembro, o Brasil enviou 34 mil toneladas de mangas para o país norte-americano. Com a nova tarifa, o custo para colocar esses produtos no mercado externo pode se tornar inviável.
Os efeitos econômicos já começaram a ser sentidos com o cancelamento de pedidos e prejuízos para produtores que investiram em embalagens, transporte e logística na expectativa de um mercado aquecido. A redireção dessas frutas para mercados alternativos, como a Europa ou o próprio mercado interno, pode gerar excesso de oferta e derrubar os preços, agravando ainda mais a situação dos agricultores.
O governo brasileiro, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, intensificou negociações diplomáticas com autoridades norte-americanas na tentativa de reverter a decisão antes da entrada em vigor da tarifa. Segundo Alckmin, além do prejuízo ao Brasil, a medida também afetará o consumidor americano, que poderá enfrentar aumento nos preços de produtos como suco de laranja e café, também incluídos entre os itens ameaçados por novas tarifas.
Em 2024, o Brasil exportou mais de 1 milhão de toneladas de frutas frescas, com os EUA respondendo por 7% do valor total. Diante do novo cenário, o futuro do setor frutícola brasileiro torna-se incerto, com riscos concretos à manutenção de empregos e à sustentabilidade de milhares de produtores espalhados pelo país.
Da redação JABOATÃO AQUI NOTÍCIAS