
➡️Em Jaboatão dos Guararapes, uma figura inusitada marcou a história política e o imaginário popular: o Bode Cheiroso. Nos anos 1950 e 60, esse caprino se tornou símbolo de protesto contra os políticos da época — e até “candidato” a vereador.
Tudo começou em 1955, no distrito de Cavaleiro. Um bode conhecido pelo forte odor passou a ser chamado, de forma irônica, de “Cheiroso”. Rapidamente, virou uma figura popular nas ruas da cidade. Aproveitando o clima de insatisfação política, o Jaboatão Jornal lançou uma campanha satírica com o slogan “Queremos Cheiroso”, sugerindo votos no bode como forma de protesto.
A ideia pegou. Em 1962, durante uma eleição municipal, centenas de eleitores escreveram o nome “Bode Cheiroso” nas cédulas. Foram mais de 500 votos — todos anulados pelo TRE, claro, mas a repercussão foi enorme. O animal virou celebridade: “deu entrevistas” em rádios, estampou jornais e inspirou músicas e poemas.
A história ficou ainda mais curiosa com relatos sobre uma suposta descendente do bode, chamada Bita, que também virou notícia. O Bode Cheiroso se tornou uma figura folclórica, símbolo da criatividade do povo e da crítica bem-humorada à política tradicional.
Infelizmente, em 22 de outubro de 1957, o Bode Cheiroso foi atropelado por um caminhão, encerrando sua trajetória de forma trágica. Mas seu legado permanece até hoje como uma das histórias mais inusitadas da política brasileira.
Da redação do SISTEMA AQUI NOTÍCIAS