Segunda-feira, Outubro 6, 2025

CENSO 2022 REVELA DIMINUIÇÃO DO CATOLICISMO E CRESCIMENTO EVANGÉLICO NO BRASIL

➡️O Brasil está passando por uma das mais profundas transformações religiosas de sua história. Os dados preliminares do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam a tendência de queda do catolicismo e o crescimento contínuo das denominações protestantes evangélicas, marcando uma mudança significativa na configuração religiosa do país.

A PERDA DE HEGEMONIA DA IGREJA CATÓLICA

Tradicionalmente conhecido como o maior país católico do mundo em número de fiéis, o Brasil tem visto um encolhimento progressivo dessa identidade. Em 1970, cerca de 90% da população brasileira se declarava católica. No entanto, esse número caiu para 65% em 2010 e, agora, segundo o Censo de 2022, representa apenas 56,7% da população — um total de 100,2 milhões de pessoas.

Esse declínio é observado em todas as regiões do país e entre diversos grupos demográficos, sendo mais acentuado entre os jovens. Pesquisas anteriores, como a do Datafolha em 2022, já apontavam que o percentual de católicos poderia estar ainda mais baixo, girando em torno de 49% a 50%.

EVANGÉLICOS CRESCEM, MAS EM RITMO MENOR

Em contraposição à queda católica, o protestantismo evangélico continua ganhando espaço. De uma presença tímida de apenas 2,7% da população em 1940, os evangélicos representavam 22,2% em 2010. Os dados mais recentes mostram que 26,9% dos brasileiros agora se identificam como evangélicos — o equivalente a 47,4 milhões de pessoas.

Apesar do aumento, os especialistas destacam uma desaceleração no ritmo de crescimento dos evangélicos. Pela primeira vez desde 1960, o avanço dessa vertente religiosa não foi tão expressivo quanto em décadas anteriores, o que pode indicar uma estabilização na taxa de conversões e crescimento natural dentro das famílias evangélicas.

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OUTRAS MUDANÇAS NO PANORAMA RELIGIOSO

Além da queda católica e do crescimento evangélico, o Censo 2022 também evidencia outras importantes mudanças no mapa da fé brasileira:

Aumento dos “Sem Religião”: O grupo de brasileiros que se declara sem religião, ateu ou agnóstico tem crescido de forma constante, especialmente entre os mais jovens. Antes marginal, esse grupo hoje representa uma parcela considerável da população.

Diversidade Religiosa: Há um crescimento de outras tradições religiosas e filosóficas, como religiões de matriz africana, espiritismo, budismo e novas espiritualidades. Embora minoritárias, essas crenças contribuem para um cenário religioso mais plural.

Influência Política dos Evangélicos: A expansão evangélica tem tido reflexos diretos na política nacional. Bancadas religiosas no Congresso e a atuação ativa de líderes evangélicos têm influenciado debates e decisões em áreas como costumes, educação, saúde e direitos civis.

UM NOVO RETRATO DA RELIGIÃO NO BRASIL

Essas mudanças indicam um novo cenário religioso para o Brasil. A hegemonia católica que definiu a identidade nacional por séculos está dando lugar a um mosaico mais diverso e fragmentado. Essa transição não apenas reflete a liberdade de crença garantida pela Constituição, mas também aponta para transformações sociais, culturais e políticas que continuarão moldando o futuro do país.

Com um panorama cada vez mais dinâmico, o Brasil do século XXI já não pode mais ser descrito apenas como um país católico, mas como uma nação marcada pela pluralidade de crenças e pela crescente influência de novos atores religiosos na esfera pública.

 Da redação do SISTEMA AQUI NOTÍCIAS

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